quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sem dores, sem final feliz

Hoje eu acordei e me senti de um jeito que nem eu sei bem explicar.
Acordei, como em outros dias, de todos estes dias que já se foram.

Acordei, acordei e percebi que nada tinha mudado.
Não como eu queria.


Gostaria de acordar e saber que tudo mudou, que tudo está como eu gostaria que estivesse.
Mas hoje foi um dia em que eu senti que tudo estava igual.

 Hoje o céu continuava azul, os passarinhos cantavam a caminho do trabalho
A grama recém-cortada continuava espalhada
O vento, como sempre, não soprava


As pessoas continuavam as mesmas, os mesmo detalhes, os mesmos resmungos
Sempre atrás do mais fácil, do mais cômodo, do socialmente aceitável
Sem grandes espectativas, mesmo que com grandes sonhos


Eu acordei com o mesmo olhar, crítico, analítico, parado, morto
Eu levantei e notei que meu corpo ainda era o mesmo, as mesmas marcas, as mesmas perverssões, as mesmas curvas, os mesmo pelos e sentidos
Sem sonhos, sem pesadelos, sem dores, sem amores


Sorrisos falsos, dores vazias de real sentimento
"Fingir estar sempre bem", como diria Renato


Eu só sei, que cansei sim de tudo isso
E que eu quero mudar, mas não vou

Sim, um desfecho tão emocionante quanto a narração
Mesmo com toda esta raiva do mundo e do que sou, continuo igual
Na mesma comodidade, é mais fácil, é mais fácil...

Tudo terminou, sem final feliz.






BruhSurdi