Aí vai uma questão da tão temida prova. Adivinhem a nota... AKSOAKSOKAOSKASOKAS
(I) De Masi fala de um mundo social e econômico em plena ebulição: a sociedade e o mundo econômico (principalmente o trabalho) mudaram radicalmente. Qual a relação que há entre o mundo retratado por De Masi e a realidade interpretada pelas autoras Sallas e Bega sobre a juventude e a violência no Brasil? Como é possível fazer convergir para este debate/ reflexão as ideias de Sachs sobre desenvolvimento? Disserte.
Domenico De Masi traz à tona uma grande modificação ocorrida em fins do século XX: a revolução pós-industrial. Coloca ele, que se a revolução agrícola nos trouxe técnicas e instrumentos para a produção de produtos agrícolas e a revolução industrial nos trouxe as máquinas e as formas de produzir bens e produtos, a revolução pós-industrial voltou-se para a invenção de ideias. Assim, o grande artigo de troca e venda seriam as ideias, os avanços tecnológicos.
O homem não tem mais a necessidade de realizar grande parte das suas atividades manuais, principalmente nas indústrias, pois as máquinas, cada vez mais aprimoradas, passam a desenvolvê-las por ele. Isso faz com que haja cada vez mais tempo livre, tempo para o ócio. Este tempo deveria ser utilizado de maneira a buscar novas tecnologias, ao aprimoramento intelectual e ao lazer, à descontração.
Entretanto, deve-se analisar que este mundo retratado por ele, trata-se de algo ainda longe da realidade encontrada no Brasil. Para que a economia do ócio seja efetivada, é necessário que haja um crescimento econômico e intelectual, aliado a uma modificação cultural. O Brasil, como se pode observar, apesar de possuir uma taxa de crescimento cadê vez maior, ainda está longe de um avanço na estrutura educacional como da França, Japão, China e outros países desenvolvidos. Além de possuir uma cultura a respeito do ócio voltada à “vadiagem” e “indolência”.
Chegando a este ponto, pode-se analisar que no Brasil, uma sociedade extremamente elitizada e estratificadora, o máximo que pode existir, são pequenos grupos em que essa economia do ócio pode se desenvolver. A grande massa populacional continua à margem de toda esta situação, incluindo a juventude.
A problemática dos jovens, gira em torno de vários escândalos e cenas de extrema violência e revolta em cenário nacional. Entretanto, deve-se observar que a juventude, de uma maneira geral, passa uma imagem de irresponsabilidade e instabilidade. E ainda pior se torna a situação dos jovens das classes mais baixas da hierarquia social, pois são constantemente estigmatizados e ligados a ideias de violência, drogadição e delinqüência. Contudo, deve-se parar para analisar toda esta questão e se ver que a violência não se explica por si mesma, existem fatores que a desencadeiam.
A juventude abordada pelas autoras Sallas e Bega, se configura como um fenômeno multifacetado que engloba aspectos sociais, psicológicos e biológicos. Assim, os jovens não são violentos apenas pelo fato de serem jovens. O problema esta nas estruturas socializantes – escola, família, Estado – que não estão dando o suporte para a formação desta juventude como bons cidadãos, ativos e participativos. São excluídos e privados da sua liberdade de expressão, alem de não receberem os valores e os instrumentos necessários à sua integralidade intelectual, social, política e econômica. Ao receberem seu estigma, ou se frustram e se fecham, ou se rebela, e agem com violência. Aí está a causa de tantos fatos que deixam a sociedade escandalizada. Este quadro só seria revertido, a partir do fortalecimento das políticas públicas voltadas ao público jovem. Com uma modificação nas estruturas, tornando-as capazes de dar o suporte necessário para a formação de bons cidadãos, uma futura sociedade do ócio seria possível.
A partir da criação e fortalecimento de políticas públicas, muitos entraves da sociedade moderna seriam quebrados. Entretanto, também são necessárias políticas sociais e econômicas eficazes, para a construção de uma “sociedade sustentável”. Este conceito de ‘sustentabilidade’ é amplamente debatido por Ignacy Sachs, grande pensador da atualidade, que se utiliza das ideias de Amartya Sem para sustentar suas teorias.
Para ele, dois importantes sistemas falharam ao buscar o desenvolvimento: o socialismo e o neoliberal. O sistema que gera riquezas e que não impede as liberdades de participação é o capitalismo. Contudo, constitui-se de uma “máquina de desigualdades” e destruidor dos meios naturais. Assim, retornando à ideia base de Sachs, a formação de uma sociedade justa e de oportunidades realmente iguais se dá com o desenvolvimento sustentável. Assim, são vários os fatores que constituem o meio de alcançarmos este objetivo:
- Um Estado enxuto e ativo e não um “monstro burocrático”;
- A criação e implantação de políticas públicas, sociais e econômicas eficazes na diminuição das disparidades econômicas e sociais;
- E uma garantia de liberdades.
Aliás, outro ponto primordial na sua teoria é a questão da integração “homem X meio ambiente”. Diferente dos ambientalistas radicais, Sachs argumenta que, é necessário uma “convivência” amigável entre o ser humano e a natureza e não uma relação em que um é mais importante que o outro. Assim, uma sociedade só é realmente sustentável quando os indivíduos possuem instrução suficiente para debater e criar instrumentos tecnológicos que os possibilitem de utilizar os bens naturais, sem destruí-los, preservando para a geração futura.
BruhSurdi
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